sexta-feira, 10 de junho de 2011

História das rendeiras

A renda, também conhecida como renda-de-bilro ou renda da terra, é uma atividade exercida por mulheres nas comunidades interioranas e sua produção está distribuída principalmente na faixa litorânea.
O equipamento que elas usam é simplíssimo. Um almofadão, no qual fica pregado um cartão furado do desenho da renda que se pretende fazer, alfinetes do espinho do mandacaru, para prender a renda, e os bilros de madeira, mais três caroços de macaúba onde são enrolados os fios. A renda difere do bordado por não ter um fundo de tecido preparado, como o bordado, que é ornamentado com fios inseridos por meio de agulhas.
Estas mulheres também confeccionam delicadas peças de labirinto.
Este é um bordado rendado que foi introduzido no Brasil pelos portugueses. As dificuldades de execução explicam seu nome: desconstruir o tecido plano e reconstruí-lo, formando desenhos usando diversos tipos de pontos.
O labirinto consiste em desfiar um pano e recompô-lo em desenhos, que podem ser "paleitão", "caseio", "enchimento", "bainha" e "desfio", trabalhos delicadíssimos, que exigem enorme esforço visual e muita habilidade artística
Nas serras cearenses, as esposas de agricultores, ao lado de seus afazeres domésticos, usam a sua habilidade em delicados bordados de rechilieu.
Os motivos a bordar são desenhados sobre linho branco, contornados em ponto de recorte e ligados entre si por "brides". Esta é a característica fundamental destes bordados. Depois que o bordado está todo contornado recorta-se o tecido excedente.
A delicadeza da renda Renascença, feita pelas artesãs do interior de Pernambuco, é fascinante pelo bordado em que predominam os códigos de nós e os entrelaçados exclusivos.
A renda Renascença é uma técnica têxtil que teve sua origem em Veneza, na Itália, no século XVI, e foi introduzida no Brasil por freiras européias. O bordado delicado difundiu-se por esta região pelas mãos das rendeiras nordestinas, que passam a arte de geração em geração.
No ofício, linha, agulha e lacê bordam e alinham toalhas, lençóis, colchas, fronhas e mantas. As rendas Renascença são famosas pelo estilo de bordado feito exclusivamente à mão, com traços marcantes, em que predominam pontos exclusivos e entrelaçados delicados. Neste traçado, desenhos concêntricos se projetam em linhas sinuosas e divergentes. Tradicionalmente feita em tecido branco, a renda Renascença do Nordeste ganhou versatilidade e passou a ser feita também nas cores preta, marrom café, laranja e azul marinho.
A base da renda Renascença é o lace (fitas colocadas com alfinetes sobre um desenho em papel manteiga), que vai sendo preenchido por bordados feitos à mão.

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